Quase 1.600 crianças vítimas de
violência sexual foram ajudadas pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima
(APAV) nos últimos cinco anos, sobretudo raparigas entre os 8 e os 17 anos.
O facto das crianças e jovens terem ficado mais tempo
em casa, devido ao confinamento por causa da covid-19, e mais ligadas à
internet, pode explicar o aumento do número de casos sobretudo por causa de
crimes como pornografia de menores ou aliciamento de menores para fins sexuais.
Este é um fenómeno que acontece e vai continuar
a acontecer, sendo frequentemente cometido por pessoas que a criança conhece, a
maioria das vezes do seu seio familiar.
Os dados da
APAV mostram que em 51% dos casos, a situação de violência sexual aconteceu
dentro da família, sendo que dentro desta percentagem estão casos em que o
autor da agressão foi o pai ou a mãe (18,5%), padrasto ou madrasta (12%),
avô ou avó (4,6%), tio ou tia (5,3%), irmão ou irmã (2,3%) ou outro familiar
(8,2%).
Relativamente à faixa etária, houve 262 casos em que as vítimas tinham
entre 0 e 7 anos, 450 vítimas com idade entre os 8 e os 13 anos, outras 577 com
idade entre os 14 e os 17 anos, mas também 242 casos em que as vítimas tinham
mais de 18 anos, além de outros 68 casos em que não foi possível apurar a idade
da vítima.
Os dados da APAV revelam também que nestes cinco anos houve 60 casos em
que o agressor tinha menos de 15 anos, a maior parte com ilícitos através da
internet. De realçar que, nestes casos, apesar de considerado um crime inimputável
em razão da idade, o agressor é alvo de um processo tutelar educativo.
Não deixes que ninguém, independentemente da idade, abuse de ti, denuncia junto das autoridades ou pede ajuda a alguém!
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